a nuvem escura de um poema
paira à minha frente
como uma pulga crepitando
sobre o lençol negro da noite
tento definir os seus breves
contornos
entre a certeza de cada salto
que apodrece
é uma nuvem de sombra sobre
sombra
mordendo mordendo sempre
até chover a sua própria carne
e um gesto visível
para quando
cair sobre a luz
*
no fim a vida foi só
isto:
— esperar
pela próxima fome
Samuel C. Dayton
– diários de um corpo menor
Sem comentários:
Enviar um comentário